Isto parece-me tremendamente real... o q axam, cambada?

CONSELHO ÚTIL: Não são raras as vezes em que um jogo de futebol entre amigos ou um jantar de confraternização é perturbado pela saída intempestiva de convivas pais de família com o seguinte argumento: “Eh, pá. Tenho de ir andando. A minha mulher está sozinha em casa com o bebé.” Meus amigos, parece-me absolutamente despropositado uma equipa jogar os últimos minutos em inferioridade numérica ou ter de se dividir a conta do restaurante por menos um com base neste pretexto. Se o problema é a mulher ficar em casa sozinha com o bebé, há uma forma muito simples, e comprovadamente ao vosso alcance, de resolver a questão: tenham mais filhos. Assim, a senhora e a criança já têm quem lhes faça companhia. TD
In Gato fedorento em 05/09/2004

O fim do Serviço Nacional de Saúde (SNS)? Ai Sampaio, o q fizeste tú?

Para mim é um grande equívoco (minto, não acredito que o seja... mas não quero dizer palavrões ofensivos!)... É o mínimo que posso dizer...
Ouviram com certeza o nosso P.M., Pedro Santana Lopes, a dizer barbaridades sobre a diferenciação das taxas moderadoras no acesso ao SNS... Na minha opinião, instituir pagamentos diferenciados (já é uma nuance em relação ao discurso inicial) para os cuidados de saúde no SNS é apenas um passo intermédio para o tornar num elemento amorfo de uma lógica assistencialista para o povão que não tem capacidade financeira para contratar com entidades privadas (seguradoras, hospitais privados, etc.) os seus cuidados de saúde.
Objectivo não declarado: empurrar as classes média-alta e média para os serviços privados de saúde (satisfazendo lobbys sedentos de lucro que o Estado já não se dispõe a patrocinar...) e deixar o SNS, tal sopa dos pobres, para o povão que não pode aspirar aceder a uma condição superior...
Salazarento, titaniesco (quantas classes e divisões existiam no navio????)... é a aproximação ao modelo americano (quem paga, tem... quem não tem para pagar, sujeita-se! e sujeita-se a quê? a morrer por falta de cuidados de saúde se tiver de ser...).
Cito um artigo que foi publicado há dias no Público por Vital Moreira que sintetiza a meu ver, muito bem, a corrente reinante (que se encontra presente desde a campanha para a eleição do Cherne - choque fiscal - e é ampliada pelo populismo do PSL e PP) sobre as funções do Estado à luz da orientação da função do sistema fiscal. É um retrato fiel do que se passa actualmente (saúde, educação and so one...). Aqui vai:

"A principal função do sistema fiscal - a própria Constituição o diz - é a satisfação das necessidades financeiras do Estado e das demais entidades públicas. Ora uma das consequências das doutrinas neoliberais, no sentido da redução do papel do Estado, nomeadamente no que respeita às políticas sociais, tem sido a de forçar a diminuição das receitas fiscais, para desse modo justificar a baixa das despesas sociais, por falta de capacidade orçamental. Trata-se de uma tendência geral, mas se fosse necessário apontar um exemplo flagrante, bastaria mencionar a política fiscal do Governo de Bush nos Estados Unidos, caracterizada por maciças baixas de impostos para os mais ricos, seguidas de enormes cortes nos programas sociais. Um conhecido crítico desta política, Paul Krugman, professor em Princeton e cronista do "New York Times", já lhe chamou a política "dooh nibor", ou seja, Robin Hood (Robin dos Bosques) ao contrário, tirando aos pobres para dar aos ricos. Em vez de determinar a carga fiscal em conformidade com os encargos resultantes das funções do Estado, democraticamente definidas, os governos invertem as coisas, reduzindo primeiro a carga fiscal, sempre fácil de "vender" politicamente, para depois invocar a falta de receitas para cortar no financiamento das tarefas públicas. A política da redução de impostos tornou-se um dos pontos principais da agenda política das camadas mais abastadas contra o modelo do "Estado social."

Esta é apenas a minha opinião... Aceito visões e opiniões distintas e contrárias... ou complementos pra quem está genericamente de acordo!