sexta-feira, setembro 24, 2004

Acessibilidades Além Tejo

Porque o Além Tejo também é margem sul... proponho-me a falar de acessibilidades:
  • Há bem pouco tempo passei no renovado troço do IP8???? Quê??? Afinal não é IP8... é IC33... e o IC33 tem como traçado a ligação de Sines a Évora... ahhhh... então mas para o bem e para o mal, neste momento, é a única maneira de efectuar com qualidade (sem recorrer a estradas medievais... ou quase!) o trajecto entre Sines e Beja (reparem, Beja é a Capital da província do Baixo Alentejo, onde Sines se situa!). Percorre-se o IC33 até Grândola (inflectindo para Norte) e depois pelo IC2 e pela Estrada Nacional 260 (pseudo IP8). Este IC33 que estava uma miséria finalmente vê o seu traçado regularizado... os meus parabéns! Mas para quando o verdadeiro IP8? Aquele traçado que rasga o Alentejo e que permitirá que o interface de águas profundas de Sines se ligue ao Aeroporto de Beja, à fronteira e a Sevilha? O traçado que passará por Santiago, se dirigirá ao nó da auto-estrada em Grândola Sul e passará por Ferreira e Beja, quando estará pronto?... sei que já decorreram os anúncios para os concursos públicos... mas para quando o início das obras? Alguém me sabe dizer? É que até o Diário do Alentejo que dava umas notícias de vez em quando deixou de ter a sua edição online actualizada... alguém sabe o que se passa no pasquim?

  • Mas adiante, Margem Sul também é Alentejo... e por causa disso saúdo a notícia de que os comboios da Fertagus vão iniciar as suas carreiras regulares até Setúbal a partir do dia 6 de Outubro, passando as composições que fazem a travessia do rio Tejo a servir mais seis estações: Coina, Penalva, Pinhal Novo, Venda do Alcaide, Palmela e Setúbal. Três questões: Porquê só agora? As obras e infra-estruturas estão prontas há meses... o Intercidades para Faro já passa pela via há pelo menos 6 meses (até há mais...). Eu que fiquei satisfeito com a notícia já me tinha questionado se seria necessário constituir algum movimento cívico reivindicativo, tal é o atraso (mais de um ano em relação à data prevista...). Segunda questão: o que acontece e que planos existem para a linha suburbana Barreiro-Pinhal Novo-Setúbal? É que esta linha, importante para os movimentos da comunidade profissional e universitária da margem sul não é alvo de melhoramentos há anos, quer na via, quer no material circulante... ficando a sensação que há população da margem sul de 1ª e de 2ª, pois a linha da Fertagus dificilmente é alternativa para as populações do Barreiro e Moita para o percurso casa-trabalho em Lisboa (é mais fácil e rápido chegar ao terminal do Barreiro e apanhar os novos catamarãs, finalmente em funcionamento - +/- 15 min. para o troço Barreiro/Lisboa. A desvantagem é que se fica na Praça do Comércio, onde se espera e desespera por uma estação de Metro há anos... Por outro lado, quem se quiser deslocar do Barreiro para o Instituto Politécnico de Setúbal, com saída na estação das Praias-do-Sado não pode utilizar o comboio da Fertagus sem desdobramentos, pois este pára na Estação de Setúbal (antes de Praias-do-Sado) e, por sua vez, também só se encontra com a linha proveniente do Barreiro no interface ferroviário do Pinhal Novo...). Terceira questão: Neste novo enquadramento, como fica a Linha do Alentejo? A grande linha do Sul e que beneficiou de milhões em investimento é, naturalmente, aquela que corre rapidamente para o Algarve... os comboios, para o Algarve, começarão, como já acontece, não a sair do Barreiro, mas da Estação do Oriente em Lisboa, fazendo a travessia da Ponte sobre o Tejo, indo em direcção ao Pinhal Novo e depois entrando na Linha do Sul, por Setúbal, Alcácer, Grândola, Funcheira e Algarve. Por sua vez, a linha do Alentejo, sem projecto de electrificação, ainda partindo do Barreiro (ou transformando-se o ramal do Barreiro/Pinhal Novo num ramal suburbano independente para garantir melhor qualidade de serviço, como foi dito anteriormente, sendo que nesses moldes a linha do Alentejo só comecaria efectivamente no Pinhal Novo...), passa a ser um parente pobre da ferrovia nacional e regional... Évora e Beja cada vez mais distantes por comboio... se bem que no futuro existirá uma diferença substancial entre estas duas cidades alentejanas... Évora vai ter o TGV... e Beja com o que é que fica????? Com os cacos... Vamos a ver... o que podemos fazer? Para mim é claro, podemos dispensar o TGV para a cidade sul alentejana, mas temos de reclamar desde já o projecto de electrificação da Linha do Alentejo, pelo menos até Beja... para a colocarmos a pouco mais de uma hora do centro de Lisboa... e para isso não precisamos do TGV, basta-nos assegurar um serviço regular, tipo comboio pendular até 200/220 Km/h! Algumas das vantagens (entre muitas e dependendo do futuro que se quer para o Baixo Alentejo): colocar passageiros rapidamente em Lisboa, que aterrem em Beja, caso, por exemplo, o aeroporto da capital esteja sem capacidade ou as condições atmosféricas não o permitam... mais tarde, electrificar o troço até à Funcheira (ponto de ligação da Linha do Sul com a Linha do Alentejo...), para efectuar o mesmo tipo de operações com Faro e seu aeroporto e para que a linha do Alentejo possa também ser utilizada por comboios eléctricos na ligação Lisboa-Faro, em caso de contingência na utilização da linha do Sul... mas já me estiquei com a posta... sabem, é que eu gosto mesmo muito de comboios!

Um abraço... mais uma vex agradeço comentários, postas ou sugestões (já nem sei porque é que peço isto...)! Ninguém me liga :,-(